O descarte indevido de pneus
no meio ambiente é um dos grandes problemas ambientais, especialmente por conta
de seu elevado tempo de deterioração, causando poluição do solo, dos rios,
contaminação e servindo de criadouro para insetos transmissores de doenças,
como a dengue. Em Nova Iguaçu, para solucionar este problema que afeta várias
cidades brasileiras, a Empresa Municipal de Limpeza Urbana (EMLURB) começou a
operar um Ponto de Entrega Voluntária (PEV) para recolher e descartar de forma
correta pneus velhos recolhidos no município.
O PEV vai funcionar em um
galpão na Rua Fluminense, em Austin. O depósito, que está em fase final de
obras, ainda não foi aberto ao público mas já está recebendo pneus recolhidos
pela EMLURB desde maio. Em pouco tempo de operação, o local já recebeu em torno
de 10 mil pneus. Cerca de quatro mil deles já foram descartados para empresas
recicladoras. O galpão tem capacidade para receber até 30 mil pneus. A
estimativa é de que receba em média mil unidades por semana. Além do PEV, a
EMLURB também tem um Ecoponto, na Rua Bernardino de Mello, no Centro, que
recebe em média 200 pneus por semana.
Segundo o diretor técnico da
EMLURB, Wesclei Pandim, na cidade existem mais de 200 borracharias.
“Semanalmente um caminhão vai passar nestes locais, fazer o recolhimento e levar
para o galpão, onde o pneu tem o destino certo, que é a Reciclanip, uma
entidade gestora do sistema de logística reversa de pneus inservíveis, que foi
contratada pelas fabricantes de pneus para dar o fim correto do material. Na
empresa, na Penha, ele vira subproduto, como um granulado de borracha, usado
para gramado sintético, solado de sapato, tijolo reciclável, entre outros”,
explica Wesclei.
Pneus, para o presidente da
EMLURB, Alexander Bento Rezende, eram os maiores vilões da empresa atualmente.
“Não tínhamos um local adequado para descarte, que não pode ser no Aterro
Sanitário”, afirma Alexander. Segundo ele, o Ponto de Entrega Voluntária também
vai receber plástico, papel e papelão. “Futuramente vamos receber lâmpadas e
vidros”, completa.
A
coletora Paloma Barbosa de Jesus, 37 anos, que trabalha na EMLURB há 5 anos
recolhendo lixo no Centro de Nova Iguaçu, aprovou a criação do PEV. “Trabalho
no caminhão compactador, mas estou ajudando no depósito para descarregar os
pneus. Quero fazer parte desta batalha na preservação do meio ambiente”, disse
ela.
No Brasil são produzidos em torno de 40 milhões de pneus por ano e quase metade
dessa produção, segundo estimativas, é descartada em aterros, terrenos baldios,
rios e lagos, gerando uma grave ameaça ao meio ambiente. Quando queimados, os
pneus liberam uma enorme quantidade de gases (gás carbônico, monóxido de carbono,
além de óxidos de enxofre, nitrogênio, metais pesados, entre outros)
prejudiciais à saúde.
Crédito - Diego Valdevino