A VOLTA DO GAROTINHO! - Correio da Lavoura

Últimas Notícias

5 de ago. de 2025

A VOLTA DO GAROTINHO!

*Jorge Gama


Há uma frase no mundo da política que diz: “Em política, o fundo do poço tem mola”. O ex-senador Heráclito Fortes, do Piauí, costuma repetir essa afirmação sempre que pode.

Outra verdade no universo político é que não existe derrota definitiva. Muitas derrotas antecederam retornos eleitorais surpreendentes, nos quais alguns souberam se reinventar, aprenderam com os erros do passado e reconquistaram o apoio da população.

Na maioria dos casos, a persistência e o amadurecimento político, são percebidos pelos eleitores e uma nova oportunidade aparece.

A história está repleta de exemplos de políticos que, após derrotas eleitorais, retornaram transformados, se tornaram líderes respeitados e voltaram nos braços do povo.

Há também casos em que, mesmo sem um retorno a cargos eletivos, o político obtém reconhecimento por sua atuação anterior. Podemos citar exemplos notórios, tanto no Brasil quanto no exterior. Após o exílio, Leonel Brizola retornou e foi eleito governador do Rio de Janeiro em 1982. Miguel Arraes também voltou ao poder em Pernambuco após anos de afastamento.

Em dois momentos distintos da nossa história, Getúlio Vargas voltou à presidência da República. Juscelino Kubitschek consagrou-se como um dos maiores líderes políticos brasileiros. Mesmo após sofrer um processo de impeachment, Fernando Collor de Mello foi eleito senador por Alagoas. Luiz Inácio Lula da Silva, após diversas derrotas eleitorais, chegou à presidência da República e, mais recentemente, retornou ao cargo após cumprir pena judicial.

No exterior, também são comuns casos de líderes que retornaram ao poder após derrotas, como Winston Churchill, Charles de Gaulle e Richard Nixon.

No caso específico do ex-governador Anthony Garotinho – que parece estar articulando seu retorno –, é importante lembrar que sua trajetória eleitoral sempre foi marcada por vitórias. Ainda muito jovem, aos 33 anos, foi prefeito de Campos, e depois chegou ao governo do Estado. Também foi candidato à presidência da República.

Com erros e acertos, sua trajetória política tem uma marca própria. Iniciou sua militância na juventude pela esquerda, integrando o PT, e hoje se apresenta como uma voz ligada ao segmento evangélico, ao mesmo tempo em que reconhece que o Estado é laico.

Sua experiência política e eleitoral é extensa. Mesmo aos 65 anos, com idade favorável e diante de um cenário político fluminense estagnado, sem grandes renovações, seu nome reaparece com relevância.

Como os espaços políticos seguem abertos para disputas, seu retorno deve ser levado em consideração.

Pode surpreender!

*Jorge Gama é ex-deputado federal.