Profissionais que atuam em unidades de saúde de Nova Iguaçu participaram de um seminário com treinamentos e capacitações sobre a tuberculose no Centro de Estudos UNIG/HGNI. As atividades, que acontecem em dois dias, tiveram início na última terça-feira (7), com a abordagem de temas voltados à situação epidemiológica, assistência, cuidados com os pacientes e uma mesa redonda para debates. Além de ampliar e qualificar os conhecimentos sobre a doença, a ação, promovida pela Secretaria Municipal de Saúde (SEMUS), também marca o Dia de Combate Mundial à Tuberculose, em 24 de março.
Um levantamento feito pelo setor que cuida de Doenças Crônicas, da SEMUS, revela que, por ano, 800 novos casos de tuberculose são diagnosticados no município. A incidência é maior em homens, de faixa etária entre os 35 aos 64 anos, representando, em média, 50% do total. O grande ponto de preocupação é que cerca de 25% dos pacientes infectados costumam abandonar o tratamento, resultando na possibilidade de contaminação em seu próprio ambiente familiar ou até mesmo de piora da sua saúde. Em torno de 55% são curados. Os 20% restantes estão entre óbitos, transferidos para outros municípios ou que mudaram o esquema de tratamento.
“Esse treinamento tem por objetivo mostrar a situação da tuberculose em nosso município. Queremos capacitar ainda mais os profissionais para o manejo com essa doença”, conta Lígia Domingos, enfermeira e gerente de Doenças Crônicas (Aids/IST, Hanseníase, Hepatites Virais e Tuberculose) de Nova Iguaçu.
A tuberculose é uma doença bacteriana infecciosa que atinge, principalmente, os pulmões, mas pode afetar outros órgãos. A transmissão ocorre pelo contato aéreo com gotículas. O tratamento é feito com o uso de antibióticos de seis a 18 meses, dependendo do caso. Em Nova Iguaçu, o Centro de Saúde Vasco Barcelos é referência nos cuidados com a doença. A unidade fornece testes rápidos moleculares e o exame laboratorial de pesquisa de bacilo álcool-ácido resistente (BAAR).
“Quando esse paciente chega com sinais e sintomas, é coletada uma amostra de escarro e enviada para análise. Confirmando o diagnóstico, ele já inicia o tratamento medicamentoso, com consulta marcada e em acompanhamento pelas equipes. Se der negativo, também marcamos consulta médica”, explica Lígia.
Por ser uma emergência de portas abertas, o Hospital Geral de Nova Iguaçu é uma das unidades do município que costuma receber pacientes com tuberculose. A enfermeira Cíntia Virgínia, de 37 anos, que atua na emergência, participou do evento e tirou suas dúvidas a respeito dos cuidados com casos dessa doença.
“Me chama a atenção o número de internações por tuberculose. Então este evento foi esclarecedor para elucidar a comunicação e a integração dos enfermeiros e demais profissionais sobre os cuidados específicos a esse paciente, que infelizmente se tornou comum de chegar à emergência”, ressalta. Nesta quinta-feira (9) ocorre o encerramento do evento. Profissionais que não participaram neste primeiro dia poderão se atualizar sobre o tema. As atividades contam com a participação de uma equipe multidisciplinar ligada à SEMUS, Secretaria de Estado de Saúde (SES), Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).