CÂMARA MUNICIPAL DE MESQUITA REINTEGROU A VEREADORA ANA CRIS GÊMEAS - Correio da Lavoura

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12 de mai. de 2022

CÂMARA MUNICIPAL DE MESQUITA REINTEGROU A VEREADORA ANA CRIS GÊMEAS

Por Cosminho Sigolis

A vereadora Ana Cris Gêmeas (PSD)

Com decisão preliminar de uma Comissão Parlamentar, a única e atuante vereadora Ana Cris Gêmeas (PSD), que cobrava transparência nos gastos públicos e a readmissão de servidores demitidos ilegalmente, foi afastada por 10 de seus colegas da Câmara Municipal de Mesquita, exatamente desde o dia 19/4.

Vale lembrar que Cris Gêmeas foi à única mulher eleita em 2020 com 1.272 votos, numa Casa com 12 vereadores, e um dos edis não compareceu à sessão que decretou o seu afastamento. Em seguida, instalou-se o caos político, na vizinha cidade de Mesquita, envolvendo o presidente do Legislativo, vereador Sancler Nininho (PROS), o prefeito Jorge Miranda e a vereadora Ana Cris Gêmeas (PSD). Nas rodas políticas discute-se até que ponto a Prefeitura influenciou no afastamento, já que a vereadora é a única de oposição e sua irmã Cris Gêmeas, disputou a Prefeitura em 2020 obtendo a segunda colocação.


O caso foi comparado com o incidente envolvendo um vereador do Rio do Janeiro, que responde naquela Casa há quase três meses, diferentemente, em Mesquita, uma mulher, professora, oriunda das camadas mais pobres da sociedade, com a mais célere suspeita, foi sorrateiramente afastada de seu legítimo mandato, aparentemente por exercer seu papel fiscalizador, em uma decisão duvidosa, sem o contraditório previsto na Constituição Federal.

O assunto avançou no Estado, sendo repudiado pela ALERJ, com os deputados Waldeck Carneiro (PSB), Eurico Junior (PV), Tia Ju (Republicanos), na Câmara Federal, com Jandira Feghali (PC do B) e Rosângela Gomes (Republicanos), inclusive a última, criticou em sessão no TSE, a decisão dos vereadores mesquitenses.


No último dia 4/5 (quarta-feira passada), em 2ª Instância, na 12ª Câmara Cível, o Desembargador Cherubin H. S. Júnior, concedeu liminar e cassou a decisão. Segundo o magistrado, o Poder Legislativo de fato foi acusador, investigador e magistrado, pois o processo legal, à ampla defesa, deveria ser respeitado. Sintetizou em sua decisão afirmando que: “Os eleitores de Mesquita não podem ser cerceados em sua escolha”.

A Câmara foi comunicada no dia 5/5 (quinta-feira) sobre a liminar e a vereadora retomou seu assento no Legislativo sendo reintegrada, fazendo-se Justiça no caso citado.

Na sessão da última terça-feira, dia 10, Ana Cris Gêmeas (PSD), foi recebida com carinho e alegria pelos moradores de diversas partes do município e até do Estado, com faixas e cartazes em ato na porta da Câmara, comemorando a decisão acatada sem dificuldade pelo presidente da Câmara, Sancler Nininho (PROS).

Em seu discurso, a vereadora alegou ter sofrido violência política de gênero: “Não obtive o direito ao contraditório e a ampla e irrestrita defesa, só tenho a agradecer a todos que estiveram ao meu lado para que a justiça fosse feita. A porta que Deus abre ninguém pode fechar”, encerrando seu discurso da tribuna. (Apocalipse 3:8)

Em seguida, o presidente Sancler Nininho, da tribuna, disse estar surpreso com postura da vereadora: “Esperava por parte de V. Exa. um outro discurso, muito mais crítico, e essa Casa está sensível com a Justiça”, finalizou o presidente.