Desprezo a Cultura: Orçamento não passa de 0,2% - Correio da Lavoura

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11 de dez. de 2018

Desprezo a Cultura: Orçamento não passa de 0,2%

*Almeida dos Santos


O prefeito Rogerio Lisboa, enquanto candidato a administrar a cidade nas eleições de 2016, recorreu aos mais variados grupos em diversas áreas na busca de apoio e de voto. Com o bordão eleitoral que dizia “ter jeito de fazer bem feito”, falava mal da gestão do seu antecessor e principal adversário, o então prefeito Nelson Bornier, alegando, por exemplo, que Bornier não dava a merecida atenção às políticas culturais. Os porta-vozes dessa “boa nova” de que viria para o setor cultural mais atenção, e que a Cultura seria contemplada com mais recursos públicos, foram o então vereador e vice na chapa de Lisboa, Carlos Ferreira (Ferreirinha) – à época filiado ao PT, sigla conhecida por incentivar as atividades culturais – e o outro o presidente municipal do PCdoB, hoje secretário de Meio Ambiente, Indústria, Comércio e Agricultura, Fernando Cid.
Quem acompanhou as movimentações políticas à época, viu Ferreirinha e Fernando Cid chancelando as promessas do candidato Rogerio Lisboa. Em reuniões realizadas em espaços culturais da cidade, como uma que ocorreu no Cultural Bar, Ferreira e Cid apostavam as suas fichas de que o futuro prefeito Rogerio Lisboa garantiria ao menos recursos dignos para a área cultural. Mas, hoje, olhando o que o Orçamento 2018 reservou para a Cultura, ambos devem estar envergonhados com tamanho desprezo que o prefeito Rogerio Lisboa dignou-se a dar às atividades e ao fomento cultural na cidade.
Quem se der ao trabalho de procurar o que foi reservado para a Cultura este ano, vai descobrir que o montante não chega a 0,2% de um robusto orçamento previsto na ordem de bilhão de reais. Segundo o orçamento, projetado pelo prefeito Rogerio Lisboa para este ano de 2018 que está chegando ao fim, o montante é de R$ 1.471.732.488,00. Uma cifra que impressiona pelos números e dá a grandeza da área financeira pública nos cofres municipais. Mas, se por um lado é possível medir a grandeza de Nova Iguaçu, que apesar da crise, chega a projetar a captação de recursos na ordem de 1,5 bilhão de reais, ao mesmo tempo se envergonha da estatura financeira reservada para ser investida em Cultura, que não chega aos míseros 0,2%, totalizando um parco investimento de R$ 2,24 milhões, representando um vergonhoso olhar do prefeito para a Cultura.
Quem não investe em Cultura ajuda a adoecer a sociedade. A má vontade e o desprezo do olhar de Rogerio para a promoção de atividades culturais leva o município, mesmo com a sua grandeza cultural, a agonizar na falácia daquele que estufou o peito dizendo que saberia fazer bem feito.

*Almeida dos Santos é jornalista.