A história não favorece Rogerio Lisboa - Correio da Lavoura

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18 de dez. de 2018

A história não favorece Rogerio Lisboa

*Almeida dos Santos


Não sou astrólogo, vidente, médium ou qualquer coisa que vale o adjetivo de “enxergador” do futuro. Mas também não sou cego e, sendo assim, é possível olhar o que está a minha frente. Ouso dizer que nas próximas eleições os candidatos vão enfrentar o ápice do desacreditamento do povo em relação à classe política. E se você pensa que está ruim, não duvide que o ruim tende a piorar e terá efeito mais intenso nessas eleições municipais, confirmando o comportamento dos últimos pleitos. Pelo menos é assim que analiso.
É natural uma renovação na ordem de 60% na Câmara. A história está aí e não mente. Basta pesquisar e ver o quanto ela vem se renovando no tempo e a cada eleição. Se é para bom ou ruim, prefiro não avaliar neste artigo, mas digo que é para pior no meu ver. E olha que a relação entre o eleitor e o vereador é mais próxima. Mas como disse, mesmo assim a cada eleição municipal a renovação na Câmara ultrapassa a casa dos 60%. Mas, e o Poder Executivo? Então vamos lá:
Se a Câmara Municipal ao longo dos anos vem mantendo a tradição de superar a casa de 60% de renovação, olhando para o Poder Executivo Municipal o futuro do prefeito Rogerio Lisboa não é nada bom. Inspira muito cuidado. Ainda mais com essa Torre de Babel que ele montou e com a sua relação com a Imprensa local. Ele pode perder o cargo e a pose neste seu primeiro mandato. Não é julgar a qualidade do governo, que no meu ponto de vista é ruim com inclinações para péssimo. Baseio-me no que tem ocorrido nas últimas eleições para prefeito.
Sheila Gama (PDT), que governou Nova Iguaçu após a desincompatibilização do ex-prefeito Lindbergh Farias (PT) – ele que concorreu ao Senado Federal –, montou uma chapa robusta nas eleições de 2012. Agregou uma grande base partidária e ainda era a detentora da máquina. Sheila possuía a caneta e seu principal adversário, Nelson Bornier, teve que disputar no segundo turno contra a prefeita e uma turma formada, entre eles, Rogerio Lisboa, Walney Rocha, Rosângela Gomes e mais. Além disso, tinha o PT como vice, na época na figura de Alberto Cantalice, e o PCdoB, do então candidato Waguinho Pagodeiro e do ex-vereador Fernando Cid. Bornier venceu todos numa disputa de mais ofensas entre ambos do que de propostas políticas para todos.
Na eleição seguinte foi a vez de Bornier, filiado ao PMDB que sofria toda uma sorte de denúncias junto com o PT, enfrentar o atual prefeito Rogério Lisboa (DEM). Rogerio se apresentou como o novo no cenário e o desgaste de Bornier, que acumulava atraso nos salários dos servidores, também pesou. O efeito de possuir a caneta durante uma disputa eleitoral.
Agora é a vez de Rogerio Lisboa, também detentor da caneta, ensaiar a sua candidatura a reeleição. Dizem, e só o tempo poderá confirmar, que Lisboa não será candidato. Caso contrário e ele resolva buscar a reeleição terá como adversário principal a dificuldade da reeleição, essa que nas últimas duas eleições derrubou dois prefeitos. Então ele, que é meio prefeito, se quiser vencer mais uma eleição terá que subir mais ao monte redobrado. 

*Almeida dos Santos é jornalista