*Almeida dos Santos
O ano de 1976 tem uma representatividade enorme para Nova Iguaçu. Foi neste ano que dois aparelhos públicos foram inaugurados e uma instituição ganhou vida, apesar de instituída por decreto em 1975.
Foi no governo do então prefeito João Batista Barreto Lubanco (foto abaixo) que a conhecida Praça do Skate foi inaugurada, em dezembro de 1976. Seu nome oficial é Praça Ricardo Xavier da Silveira. Trata-se de uma obra, para época, pioneira como a primeira pista pública de skate da América Latina, o que foi um marco para essa modalidade de esporte no Brasil.
A Biblioteca Cial Brito é outro aparelho público, criado por meio do decreto nº 1511/76, na gestão do prefeito Lubanco, prestes à completar meio século. Cabe aqui uma curiosidade: Cial Brito, que dá nome à biblioteca, assim como Lubanco, nasceram em Campos dos Goytacazes. Cial Brito, o homenageado, foi um alto funcionário do Banco do Brasil, professor e colaborador do Correio da Lavoura, além de membro da Arcádia Iguaçuana de Letras (AIL).
Para consolidar a importância da passagem de João Batista Barreto Lubanco pela Prefeitura de Nova Iguaçu, cito uma que merece destaque pela relevância que possui hoje, tanto para a arte quanto para a cultura. Falo da criação da Fundação Educacional e Cultural de Nova Iguaçu (Fenig), através Lei nº 30, de 28 de novembro de 1975, mas que passou a existir de fato em 5 de janeiro de 1976. A Fenig, quando instalada, serviu de braço da então Secretaria Municipal de Educação e Cultura. Mas hoje tem sua autonomia como pessoa jurídica de direito público, o que permite ser ainda mais ativa.
Além de criador destes aparelhos como a Biblioteca Cial Brito, a Praça do Skate e a Fenig, João Batista Barreto Lubanco, advogado por formação, também foi prefeito interventor de São João de Meriti. Na sua vida pública, ainda exerceu o mandato de deputado estadual entre 1978 e 1982. Lubanco faleceu em 6 junho de 2018, em Nova Iguaçu e, até hoje, não teve seu nome eternizado em algum aparelho público ou logradouro.
Nilson Corrêa, nome conhecido na história do Poder Legislativo, e que por 50 anos e quatro meses trabalhou na vida pública, inclusive como chefe de gabinete de alguns presidentes que passaram pela Câmara, em conversa comigo, revelou uma curiosidade sobre o Dr. Lubanco: “Ele próprio fazia questão de datilografar as mensagens do Poder Executivo, enviadas à Câmara. Não tinha secretárias ou assessores para tal”. Isso revela um pragmatismo de quem quer executar. Não é à toa que, em menos de quatro anos de mandato, deixou esses grandes legados.
*Almeida dos Santos é jornalista.