*Daniela Barros
A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou que aproximadamente 40% da mão de obra agrícola no mundo vem da força de trabalho das mulheres. No entanto, menos de 20% delas são donas de terras.
Aqui no Brasil a agricultura familiar responde por 70% do total de alimentos produzidos, porém, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2009, do total de pessoas proprietárias da produção, somente 12% são mulheres.
Apesar das dificuldades, nós avançamos: pesquisa da Companhia Nacional de Abastecimento descreve que em 2019 a nossa presença no Programa de Aquisição de Alimentos bateu 80% de vendas, algo jamais visto no Brasil.
Mesmo diante de algumas conquistas, é necessário aumentar o número de políticas de fomento para as mulheres, estimulando a inclusão delas como proprietárias de terra para reduzir as desigualdades no campo.
A segurança alimentar somente será alcançada com a valorização da mulher do campo, mas para que isso se torne realidade é preciso formular uma estratégia para vencer a desigualdade de gênero e principalmente superar o senso comum de que elas “apenas ajudam”. É imprescindível colocá-las no lugar de direito, como protagonistas que alimentam o mundo.
*Daniela Barros é assistente social com pós-graduação em Gestão no Poder Legislativo, pela Escola do Legislativo do Estado do Rio de Janeiro (Elerj), instituição mantida pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
O Correio da Lavoura é o jornal mais antigo de Nova Iguaçu, ainda em circulação. Fundado em 22 de março de 1917 por Silvino Hipólito de Azeredo, tem periodicidade semanal. 
