Belford Roxo tem se destacado no atendimento a mulheres com endometriose. Ao todo, 376 pacientes de diversos municÃpios fazem tratamento na ClÃnica da Mulher. As mulheres com diagnóstico ou suspeita de endometriose são agendadas para consulta e avaliação com a médica especialista Fernanda Monnerat, que é a ginecologista responsável pelo tratamento clÃnico do Ambulatório de Endometriose.
Uma lei da ministra do Turismo, Daniela Carneiro (que é deputada federal licenciada) estabeleceu que 13 de março é o Dia Nacional de Luta Contra a Endometriose. Em Belford Roxo, durante o mês, o pórtico da entrada da cidade fica iluminado na cor amarela. As unidades de saúde também seguem a iniciativa.
O municÃpio tem se empenhado no tratamento de mulheres acometidas pela endometriose oferecendo uma série de serviços como consultas, exames e acompanhamento. Além disso, o Governo do Estado, em parceria com o municÃpio, está construindo o Hospital da Mulher no Complexo de Saúde, que fica no bairro Parque dos Ferreiras, e terá uma ala para cuidar de pessoas que tenham endometriose.
Os principais sintomas da endometriose são: dor abdominal; sangramento nas fezes; massa abdominal palpável; cólicas menstruais; alterações do hábito intestinal: diarreia ou prisão de ventre; dor para evacuar ou urinar; dor na relação sexual e distensão abdominal.
Moradora de Queimados, a dona de casa Débora Barbosa Coutinho, 43 anos, sofria há décadas com a endometriose. Em janeiro de 2021 ela procurou a ClÃnica da Mulher para uma consulta. O diagnóstico foi feito, juntamente. Após o acolhimento e o acompanhamento, meses depois ela operou. “Sentia muitas dores insuportáveis. Após a operação, melhorei bastante. Fui muito bem atendida na ClÃnica da Mulher e na rede de saúde de Belford Roxo. Fiz todos os exames de forma rápida. A operação correu tudo bem. Estou vindo basicamente para o acompanhamento. Durante 30 anos sofria com dores e muitos médicos recomendaram tratamento hormonal. Na ClÃnica da Mulher de Belford Roxo foi que descobri que era endometriose”, concluiu Débora.
A auxiliar de serviços administrativos e moradora de Duque de Caxias, Silvana Reis Lima Romualdo, 41, destacou que foi na ClÃnica da Mulher que ela descobriu ter endometriose profunda e começou a se tratar com a ginecologista Fernanda Monnerat. “Já me consultei e estou retornando com os exames. O trabalho realizado na ClÃnica da Mulher é muito bom”, frisou Silvana, que foi liberada para fazer atividade fÃsica leve e encaminhada a uma nutricionista.
QUALIDADE DE VIDA
O secretário municipal de Saúde, Flávio Gonçalves, disse que Belford Roxo tem se buscado oferecer sempre melhores condições no atendimento à população. Ele enfatizou que a endometriose afeta milhares de mulheres no Brasil. “Belford Roxo está dando exemplo, não desamparando as mulheres que necessitam de tratamento, oferecendo todo o suporte necessário para que elas tenham uma boa qualidade de vida”, finalizou.
A secretária especial de Atenção à Saúde da Mulher da Mulher, Priscila Musser, acentuou que além do atendimento ambulatorial com a médica especialista, a ClÃnica da Mulher conta com uma equipe multidisciplinar (fisioterapia pélvica, massoterapia, nutricionista, psicóloga, ozônio terapia, auriculoterapia) especialmente direcionada para atender à s necessidades de cada paciente”, destacou. “Exames de alto custo, como ressonâncias e tomografias, por exemplo, quando solicitados, são agendados em nossa unidade, onde damos todo o suporte para nossas pacientes. Temos também uma equipe de cirurgiões pronta para atuar caso seja necessária intervenção cirúrgica”, arrematou Priscila Musser.
GINECOLOGISTA: CIRURGIA SÓ EM CASOS EXTREMOS
A ginecologista responsável pelo tratamento clÃnico do Ambulatório de Endometriose, Fernanda Monnerat enfatizou que a endometriose é uma doença inflamatória e crônica que não tem cura. O tratamento dura a vida inteira. A médica explicou que com a chegada da menopausa a produção de hormônio diminui, muitas vezes melhorando assim os sintomas da doença. Mas isso não quer dizer que a mulher não precisa mais do acompanhamento clÃnico. "Uma alimentação baseada em comida de verdade, prática de exercÃcios fÃsicos e adotar um estilo de vida saudável são fundamentais para o sucesso do tratamento", resumiu Fernanda.
Na questão dos tipos mais graves da doença, Fernanda Monnerat esclarece que muitas vezes uma endometriose superficial pode comprometer a qualidade de vida da paciente tanto quanto a profunda, uma vez que a extensão e grau de comprometimento da doença não necessariamente se correlacionam com os sintomas. “Na endometriose profunda, temos que verificar a localização (o órgão acometido) e extensão da lesão. Todos os tipos de endometriose podem ser graves, cada uma com sua particularidade, mas todas necessitam de acompanhamento", finalizou a médica.
Fernanda Monnerat lembra que a endometriose é crônica e que a indicação de cirurgia deve ser individualizada, levando em consideração a idade da mulher, sintomas, desejo de ter filho, resposta ao tratamento medicamentoso e complementar. E, se indicada cirurgia, a equipe médica deve estar pronta para retirar todos os focos da doença. “Devemos ter em mente que o objetivo do tratamento cirúrgico é retirar todos as lesões em uma só cirurgia, pois procedimentos cirúrgicos repetidos podem trazer mais prejuÃzos que benefÃcios “, disse. "Uma cirurgia é desafiadora, pois é necessário retirar os focos e os tecidos que estão doentes, preservando a anatomia pélvica (organização interna dos órgãos), principalmente quando a mulher ainda deseja engravidar. É bom deixar claro que a retirada do útero, por exemplo, não elimina a doença, pois a endometriose é uma doença fora do útero e se expande para outros órgãos. É importante que a paciente tenha essa consciência", arrematou Fernanda Monnerat.