A semana em Belford Roxo começou com informação. A Unidade Básica de Saúde (UBS) Armindo Feliciano da Silva (Zé Macaco) realizou nesta segunda-feira (18) palestras sobre o Abril Azul, mês de conscientização do Autismo. Profissionais da unidade e da rede conversaram com pacientes sobre o assunto e como é feito o acolhimento dos pacientes em todas as unidades.
Para a enfermeira da unidade e especialista em saúde mental, Íris Santos, os profissionais precisam ter um diferencial, pois os pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem suas características e eles precisam ter uma visão holística em relação aos pacientes para identificar e fazer o acolhimento. “De uma maneira que eles se sintam aconchegados e à vontade para poder compartilhar conosco suas dificuldades. Falamos na palestra sobre o comportamento do paciente com TEA e suas dificuldades”, disse Íris ao lado da coordenadora da equipe, Jeane Guimarães, e do administrador da unidade Roberto Vieira.
Já a fonoaudióloga especialista em autismo e técnica em saúde mental, Rosilene Flores, destacou que o autismo é o transtorno do neurodesenvolvimento e acarreta no prejuízo na comunicação, onde a fono não é necessariamente a fala. “Somos o profissional da área da comunicação que não se prende só ao ato oral, trabalhamos também a parte sensorial do autista. Eles aprendem muito com repetição e sempre orientamos que a parte odontológica tem sempre que ser cuidada, pois pode causar prejuízos orais”, explicou Rosilene, ao lado da pedagoga do Capsi e técnica de saúde mental Ângela Flores.
Quando o familiar descobre o autismo na criança, ela é levada a vários médicos e fazem vários acompanhamentos, mas a parte odontológica acaba sendo esquecida. Segundo a dentista da unidade Luciene Simor, as crianças com autismo precisam até mais do que as outras de acompanhamento odontológico. “Os que começam o tratamento cedinho nos ajuda e demanda cuidado. A primeira consulta é para se familiarizar e conquistar a confiança com o paciente para poder partir para o tratamento”, explicou, observada pela diretora de Atenção Básica em Saúde Bucal, Maria Paula.
Formada em técnica de enfermagem e estudante de pedagogia, Bianca de Oliveira, 39 anos, destaca a importância desse tipo de palestra, pois é preciso entender a conscientização do autismo. “O autismo não é uma doença e os pacientes não são diferentes e não devem ser excluídos. Precisam estar no nosso meio e ser acolhidos. E hoje percebo que temos um lugar onde somos acolhidos. Sempre gostei muito de trabalhar com crianças. Então, me uni ao fato do meu filho que tem autismo ao de querer fazer mais e contribuir para que eles tenham uma vida melhor”, disse.