Evento nos Jardins do Palácio Guanabara vai acolher familiares
de desaparecidos nesta sexta-feira (30), a partir das 13h30m
Uma pessoa desaparece no Estado do Rio de Janeiro a cada 90 minutos. A média por dia é de mais de 15 desaparecimentos registrados nas delegacias. Dos mais de 5 mil casos verificados a cada ano, cerca de 30% não são solucionados, segundo dados do Ministério Público Estadual (MP-RJ). Para dar visibilidade a esse grave problema, que afeta milhares de famÃlias, uma Roda de Conversa marca o Dia Internacional das VÃtimas de Desaparecimentos Forçados nesta sexta-feira (30), das 13h30m à s 16h, nos jardins do Palácio Guanabara, sede do Governo do Estado em Laranjeiras, zona sul do Rio.
Além de discutir as questões legais que envolvem os desaparecimentos, o evento tem como objetivo promover um acolhimento especial aos familiares de desaparecidos. A iniciativa é realizada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Rio (SedsoDH), por meio da Superintendência de Promoção e Garantia dos Direitos Humanos. Aberto ao público, o evento contará com a presença da secretária Cristina Quaresma e de Jovita Belfort, responsável pela Coordenadoria de Desaparecidos, criada no inÃcio deste ano.
À frente da pasta, Jovita busca há mais de 15 anos informações sobre o paradeiro de sua filha, Priscila. Ativista da causa, ela articula a criação de um sistema de alerta emergencial de busca e localização de pessoas desaparecidas, o “Alerta Pri”. Também comparecerão membros da equipe de atendimento psicossocial da Secretaria. O RioSolidario colaborará oferecendo uma oficina de artesanato.
Neste ano, se somaram à Lei da Busca Imediata - criada em 2005 e ainda pouco divulgada - a PolÃtica Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas e o Cadastro Único de Pessoas Desaparecidas, instituÃdos pela Lei Federal 13.812/2019. O que a Coordenação de Desaparecidos busca agora é dar visibilidade a esta legislação e conscientizar a sociedade para este grave problema.
As famÃlias lutam pelo acesso à informação, orientação e auxÃlio desde a comunicação do desaparecimento à s autoridades. “A Coordenação surgiu para prestar apoio aos familiares e dar agilidade de resposta aos casos. Unimos forças com instituições como o Ministério Público e a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) e prestamos atendimento psicossocial a estas pessoas que vivem um luto a cada dia, um sofrimento inexplicável”, diz Jovita, que sempre se emociona ao tratar do tema.